A defesa da retomada da produção no Polo Naval de Rio Grande, dos investimentos já realizados, bem como a manutenção dos milhares de empregos na região, pautaram a audiência realizada no final da manhã desta terça-feira (21) entre o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), e a comitiva liderada pelo prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), formada por representantes de trabalhadores e acompanhada por um grupo de parlamentares - Stella Farias, Mirian Marroni e Zé Nunes (PT), Adilson Troca (PSDB) e Catarina Paladini (PSB).
Na exposição feita pelo prefeito Lindenmeyer, o chefe do Executivo municipal informou que, com a mudança de gestão realizada na Petrobras e na política industrial naval brasileira, teve início um processo de cancelamento de contratos de construção de plataformas para a exploração de petróleo com estaleiros brasileiros, levando tais demandas para empresas estrangeiras. "Atualmente os estaleiros instalados em Rio Grande e São José do Norte, que chegaram a contratar 20 mil trabalhadores, empregam pouco mais de 3 mil pessoas. Apesar de termos mão-de-obra especializada, fornecedores preparados e um arranjo produtivo local qualificado, depois de um giro negativo de 180° por conta da política empregada pela Petrobras e pelo governo federal, corremos o risco de ver toneladas de aço virarem sucata, redução drástica na arrecadação de tributos e um crescimento ainda maior no desemprego local", destacou o prefeito.
"O nosso compromisso como presidente do Legislativo gaúcho é a defesa intransigente dos interesses do Rio Grande e de uma política industrial que alavanque o crescimento econômico em solo gaúcho. Não podemos deixar de lado toda uma estrutura que foi financiada e montada a partir de 2005, ainda no primeiro governo do ex-presidente Lula, para dar conta das demandas nacionais na exploração do Pré-Sal. Ainda mais se esta mudança de planos não tenha nada a ver com a crise internacional, mas de uma decisão do governo federal e da Petrobras em mudar o percentual de conteúdo local na fabricação de plataformas, sondas e módulos, entre outros. Além disso, as contratações para a fabricação continuam, mas com lucro e empregos gerados sendo canalizadas para outros países como a China", afirmou o chefe do Parlamento estadual. Edegar ressaltou ainda que, como informado durante o encontro, se houver a retomada da construção da plataforma P-71 em Rio Grande, atualmente com 50% de sua estrutura concluída, "serão garantidos a retomada de cerca de 2,8 mil empregos diretos e a manutenção de toda uma cadeia produtiva e impostos", frisou.
Entre os encaminhamentos aprovados, será realizada uma audiência pública em Rio Grande, prevista para o dia 13 de março, além de "movimentos políticos e institucionais buscando envolver o governo estadual e a bancada federal gaúcha", enumerou o presidente do legislativo, destacando ser este um assunto suprapartidário "que exige unidade política em torno da defesa e manutenção do Polo Naval instalado na Metade Sul do estado".