Filho do ex-deputado Adão Pretto, João Edegar Pretto, 39 anos, iniciou sua militância em 1986, ajudando o PT na primeira campanha eleitoral após o fim da ditadura militar. Natural de Miraguaí, estudou e mora em Viamão, onde destacou-se como liderança estudantil. Com uma trajetória marcada por uma identidade com as lutas dos movimentos sociais e com o Movimento dos Sem Terra (MST), Pretto distingue-se como animador popular e ajudou a fundar o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), em Sarandi.
Formado em Gestão Pública e acadêmico de Direito na faculdade La Salle, assume o primeiro mandato no Parlamento estadual como o mais votado de seu partido, que elegeu a maior bancada de sua história: 14 deputados. Foram 69.233 votos, distribuídos por várias regiões: Metropolitana, Missões, Planalto, Noroeste Colonial e Sul. “Vou continuar o legado do meu pai”, diz, reconhecendo que muitos de seus votos foram de homenagem ao trabalho desenvolvido por Adão Pretto.
Reforma agrária
Ele iniciou sua trajetória na organização dos movimentos sociais de sua região. Aos 14 anos, acompanhou o pai em sua primeira campanha a deputado estadual, em 1986. Com a eleição do pai, mudou-se com a família para Viamão. Foi assessor do deputado Antônio Marangon (que nos anos 90 elegeu-se prefeito de Palmeira das Missões) no mesmo período em que o pai assumiu a cadeira no Parlamento estadual.
De 1990 a 1994, foi assessor na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. Em 1994, integrou a administração popular da cidade de Novo Barreiro, onde foi chefe de gabinete do prefeito, secretário da Fazenda e da Administração. Foi um dos coordenadores, na regional Palmeira das Missões, da eleição de Lula presidente (em 2002) e Olívio governador (em 1998). Ajudou a coordenar a primeira campanha de Dionilso Marcon para deputado estadual, em 1998, e atuou como chefe de gabinete nos três mandatos de Marcon, eleito deputado federal este ano em dobradinha com sua candidatura.
Em sua caminhada, destaca a organização do primeiro acampamento de agricultores, que reuniu 20 mil pessoas em Sarandi, em 1996, e que resultou na conquista de crédito diferenciado para os pequenos agricultores – o chamado Pronafinho. Ali nasceu o MPA que, juntamente com o MST, integra a Via Campesina, movimento internacional de organização dos trabalhadores rurais. Contribuiu, também, na estruturação do MST, ao lado do pai. “Sempre fui militante da causa da reforma agrária”, resume.
Origens
Sobre sua atuação parlamentar, garante que vai seguir no mesmo caminho. “Vou obedecer minhas origens, trabalhar principalmente na defesa da agricultura familiar”, aponta. “Quero lutar ao lado do governo do Estado na construção de uma nova secretaria, que vai agregar a agricultura familiar, quilombolas, cooperativas e pescadores. Também defenderei a pauta dos movimentos sociais de modo geral, no campo e na cidade”.
Pretto adianta seu compromisso com a área rural, principalmente na melhoria da educação, saúde e juventude. “Queremos que o jovem permanece na roça, mas, para isto, é preciso que ele tenha acesso a cultura, lazer, esporte, informação, internet. É preciso manter o homem na terra produzindo, mas com dignidade. O agricultor precisa ser valorizado”. O novo parlamentar petista lembra possuir, também, um vínculo muito próximo com os trabalhadores urbanos, principalmente via sindicatos dos sapateiros e metalúrgicos. Por último, anuncia: “vou ser um deputado municipalista”.
Votação
Porto Alegre (3.280 votos), Palmeira das Missões (1.868), Trindade do Sul (1.400), Nova Santa Rita (1.272), Viamão (1.201), Portão (1.194) e Ronda Alta (1.116) foram os municípios onde o novo parlamentar alcançou a maior votação. Acima dos mil votos foram conquistados, também, nas cidades de Guaporé, Alpestre, Rondinha e Encruzilhada do Sul.