Com 66.591 votos, o deputado Heitor Schuch (PSB) continua na Assembleia Legislativa para o terceiro mandato consecutivo. O resultado superou em 11,8% os 59.397 votos obtidos no pleito anterior, que, por sua vez, já ultrapassava em mais de 20 mil votos os resultados de 2002. Conforme Schuch, o compromisso com os agricultores e a defesa das causas sociais continuarão guiando sua atuação. “Temos uma relação e uma identificação muito grande com a agricultura familiar, com o setor primário, e assim foram feitos os trabalhos deste último mandato”, afirma o parlamentar.
Entre os assuntos que receberam a sua atenção, destacam-se a agroindústria, o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa), o Código Florestal e programas que garantem renda ao produtor, como o do primeiro crédito e o do crédito rural. Um tema que irá mobilizá-lo e que se liga diretamente à sua região – dos vales do Rio Pardo, do Taquari e do Jacuí – é a diversificação agrícola. “Temos as produções de fumo e de arroz que se propõem muito a uma diversificação, até porque, em relação à primeira, estamos vendo cada vez mais as campanhas antitabagistas, querendo terminar com a lavoura, o fumo, o fumante”, explica o deputado. Segundo ele, a ideia é propor “algo mais concreto nessa área, ou seja, a produção de etanol, o plantio de cana-de-açúcar, a bioenergia, o biocombustível”.
Piso regional
Outro assunto que exigiu mobilização e que hoje, segundo o parlamentar, já é intrínseco ao mandato é o piso regional. Segundo Schuch, deveria haver critérios claros para o seu estabelecimento. “Todo ano a legislação vem do Executivo, mas nós temos a ideia de que esse assunto merece uma reformulação”, diz ele. “As quatro faixas salariais são as mesmas de dez anos atrás, houve um desmembramento e uma modificação muito grande na relação capital x trabalho no período, criaram-se novos sindicatos, as negociações andaram mais, e eu particularmente acho que nós deveríamos sair dessas quatro faixas para pelo menos seis”, defende.
Ele acredita que o piso deveria seguir critérios, como o que existe em nível nacional (a inflação do ano mais o crescimento do PIB do ano anterior). “Temos que caminhar nessa mesma direção até para diminuir a polêmica, diminuir as perdas e essa confusão que a cada ano se estabelece em função dessa questão: quem paga, acha muito; quem recebe, pouco”, diz ele. “E a Assembleia sempre fica nessa posição de árbitro. Se nós tivermos critérios mais claros, definidos, será muito mais fácil e certamente poderemos produzir outras coisas em vez de perder tempo com essas polêmicas”, acredita.
Trajetória
Agricultor, nascido em Cerro Alegre Alto, interior de Santa Cruz do Sul, em 25 de março de 1962, Heitor Schuch ingressou no Parlamento com a experiência de mais de 15 anos como sindicalista dirigente do sindicato e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag). À frente da entidade, participou de lutas que garantiram importantes conquistas para a categoria, como o Programa de Crédito aos Agricultores Familiares (Pronaf), a aposentadoria para os trabalhadores da roça e programas de habitação rural. É casado com Denila e pai de Eduardo e Gabriel.
Votação
O deputado recebeu votos em 444 municípios, especialmente da região do Vale do Rio Pardo, sua terra natal. Dos 66.591 votos obtidos, foram 13,5 mil em Santa Cruz do Sul; 4 mil em Vera Cruz; 2,8 mil em Candelária; 2,2 mil em Venâncio Aires; 1,6 mil em Vale do Sol; 1,2 mil em Sinimbu; 1,1 mil em Arroio do Tigre; e 1,1 mil em Nova Petrópolis.