O sobrenome famoso não engana: Juliana Brizola, neta de Leonel de Moura Brizola, chega à Assembleia Legislativa para lutar por aquela que foi a bandeira da vida de seu avô: a educação. “Quero ser uma lutadora na questão da educação pública de qualidade, da valorização dos nossos professores e para que o Estado volte a ter a escola de turno integral”, afirma a deputada eleita. O respaldo vem dos 61.305 votos obtidos em quase 400 municípios, que a tornam a deputada mais votada do PDT.
Juliana acredita que o Estado retrocedeu na questão da educação: “O Brasil avançou, o Rio Grande do Sul também avançou, em vários aspectos, mas infelizmente na questão da educação ainda estamos muito atrás”, diz ela. “Nós, que já tivemos os melhores índices e fomos referência para o resto do país, estamos hoje engatinhando”, lamenta.
Os primeiros passos nessa luta puderam ser dados pela futura deputada já na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, onde assumiu, em 2009, também como a parlamentar mais bem votada. À frente da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude do Legislativo municipal, atendeu a comunidade escolar, intermediou conflitos e negociou soluções para temas como o transporte escolar e a falta de professores.
Trajetória
Juliana nasceu em Porto Alegre no dia 3 de agosto de 1975. É casada com Alexandre da Silveira e mãe de José Inácio, de dez meses. Filiada ao PDT desde os 18 anos, assim como os irmãos – Leonel Brizola Neto, vereador do Rio de Janeiro, de quem é gêmea, e Carlito Brizola, deputado federal – herdou do avô o gosto pela política.
Aos três anos, por conta do exílio imposto ao avô pela ditadura militar, mudou-se para o Uruguai. Voltou à Capital gaúcha com sete anos. Menos de um ano depois, Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro e transferiu-se com a família para aquele estado. As férias escolares, no entanto, eram passadas no sul.
Juliana cursou Direito na Faculdade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, e trabalhou no serviço público durante o segundo governo de Brizola, também no Rio. Em 2000, voltou ao Rio Grande do Sul, onde fez especialização e mestrado em Ciências Criminais na PUCRS. Foi assessora jurídica do PDT gaúcho e, em novembro de 2007, eleita presidente estadual da Juventude Socialista do PDT, com mandato de dois anos.
Também foi vice-presidente nacional da Juventude do PDT, tesoureira da Juventude Internacional Socialista, eleita em congresso na Dinamarca, e secretária municipal da Juventude, na primeira administração de José Fogaça, em Porto Alegre. Durante sua gestão, foi realizada a 1ª Conferência Municipal de Juventude, em março de 2008, e garantida a participação pluripartidária no Conselho Municipal da Juventude. Em 2008, foi eleita vereadora de Porto Alegre.
Votação para a AL
A maior parte dos 61.305 votos que recebeu na eleição para deputada veio da Região Metropolitana: 30.735 em Porto Alegre, 2.583 em Viamão, 1.615 em Alvorada, 1.532 em Canoas, 1.498 em Camaquã, 1.273 em Gravataí e 1.090 em Cachoeirinha. Em Carazinho, onde nasceu seu avô, a tradição familiar resultou em 1.574 votos. “É uma homenagem ao filho da terra e também ao trabalho que foi feito pelo partido”, diz Juliana.