O líder do governo na Assembleia durante o ano de 2010, Adilson Troca (PSDB), foi reeleito para o seu quarto mandato no Parlamento com 36.611 votos, dos quais 20.043 em Rio Grande, sua cidade natal. O número foi menor do que o alcançado em 2006, de 39.292 votos, “provavelmente por sustentar um governo que teve diversos problemas políticos, apesar de tecnicamente perfeito”, na sua avaliação. “Quando fui oposição aumentei meu número de votos. Quando fui líder do governo, tive queda”, compara o deputado. Quando se assume o governo, diz ele, tudo muda, pois é preciso avaliar o que é possível implantar na prática. “O próprio PT já mudou. Sempre brigava pelos 12% da saúde [conforme previsto na Constituição] e agora não apresentou emenda sobre o assunto para o próximo Orçamento”, conclui. Mas, a partir do próximo ano, ressalta, será oposição novamente. “É muito mais fácil ser oposição”, avalia.
O deputado defende que todo legislador deveria, em algum momento, exercer um cargo no Executivo. “No Executivo você tem que lidar com a realidade, com o que realmente dá para fazer”, afirma. Troca foi secretário estadual do Meio Ambiente em 2004, além de vice-prefeito e secretário de Obras de Rio Grande entre 1993 e 1996.
Destaca que um dos maiores esforços durante seu período como líder foi o de negociar com as categorias de funcionários públicos. No seu próximo mandato, quer continuar trabalhando por essas categorias. Participou, por exemplo, da negociação da matriz salarial dos servidores da segurança, que demandou diversas reuniões até alcançar um acordo final. Também acompanhou o Sindicato dos Servidores Penitenciários na sua solicitação de nomeação de novos servidores para a Susepe. Encaminhou ainda reivindicações dos trabalhadores portuários avulsos para a bancada federal.
Trajetória
Até os 29 anos, Adilson Troca trabalhou como agricultor e pescador. Sua família cultivava hortifrutigranjeiros na Vila da Quinta, em Rio Grande, para serem comercializados na feira. Paralelamente, concluiu o curso de técnico em contabilidade. Vendendo produtos na feira e participando de atividades da comunidade, como o clube de futebol e o CTG, ficou conhecido e foi convidado para concorrer a vereador pelo PSDB. Disse ao seu “recrutador” que iria pensar, mas como foi informado de que não havia mais prazo, aceitou. “Eu sou um político por acaso”, diz.
O seu curso na área de contabilidade e a sua disposição para dialogar com os diferentes partidos o levaram a ser relator de peças orçamentárias por repetidas vezes, tanto que se transformou em campeão em relatorias sobre o assunto. “Inclusive no governo Olívio”, destaca. Foi escolhido para a relatoria da LDO, a Lei de Diretrizes Orçamentárias, nos anos de 2000, 2002 e 2007 – as duas primeiras durante o governo Olívio e a última já no governo Yeda. Além disso, relatou o próprio Orçamento em 2002 (governo Olívio), 2007 e 2008 (Yeda). Mesmo assim, o deputado ressalta que nenhum dos parlamentares tem conhecimento suficiente para analisar sozinho uma peça orçamentária, mas tem a prerrogativa de requisitar técnicos da Secretaria da Fazenda e do Tribunal de Contas. Outra relatoria importante conduzida por Troca foi a da CPI do Detran, em 2008.
Votação
Além de Rio Grande, Adilson Troca registrou votos em outros 229 municípios. Destes, os que apresentaram as votações mais expressivas foram São José do Norte (4.299), Piratini (2.971), Porto Alegre (2.201), Pinheiro Machado (743) e Santa Vitória do Palmar (650).