Com 49.510 votos, Gilmar Sossella, 49 anos, foi o segundo candidato mais votado do PDT. Acredita que uma das causas da sua reeleição foi o esforço para realizar um trabalho bem feito. “Só no dicionário a palavra sucesso vem antes de trabalho. Na vida real, vem depois de muito trabalho”, defende. Também pelas bandeiras que defendeu, como o acesso asfáltico para os municípios que ainda são ligados a rodovias por estradas de chão. “Como é que nós vamos falar em desenvolvimento do Rio Grande tendo ainda 104 municípios sem asfalto?”, questiona. O problema já foi maior. Quando chegou ao Parlamento, em 2007, eram 118 municípios.
Sossella defende infraestrutura de qualidade para os pequenos municípios, para que os jovens do interior não precisem vir para a capital em busca de oportunidades. Em seu primeiro mandato na Assembleia gaúcha, dedicou-se a universalizar o sinal de celular nos municípios gaúchos, através da Frente Parlamentar Municipalista, que promoveu reuniões com integrantes do Ministério das Comunicações e com as operadoras.
Outra ideia que defende é a dos pedágios comunitários. Quando presidiu a CPI dos Pedágios, nos primeiros meses do seu mandato, questionou o atual modelo e a prorrogação das concessões. “As concessões de pedágios vencem em 2013, depois de uma luta grande aqui na Assembleia. E estou defendendo agora no partido que se tente fazer com que o governador eleito Tarso Genro adote os pedágios comunitários”, conta. Um de seus projetos de lei em tramitação estabelece que os recursos arrecadados no posto de pedágio explorado pelo Estado não sejam destinados ao Caixa Único e que sua aplicação seja decidida pelo Corede da região.
Sossella ressalta também que, enquanto foi prefeito de Tapejara, de 1997 a 2004, incentivou as micro e pequenas empresas. “Se os nossos pequenos municípios se desenvolvem, é mais gente que vai ficar nas nossas comunidades”, explica. Na Assembleia, também dá atenção a esse tema: é membro da Frente Parlamentar em Defesa da Micro e Pequena Empresa.
Nos últimos dois anos, presidiu a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Uma das principais discussões que aconteceram no período foi a da Emenda 29. A modificação determina que os Estados devem aplicar 12% e os Municípios, 15% da receita líquida de impostos em saúde pública, enquanto a União deve investir 10% da arrecadação.
E a “menina dos olhos” do seu partido, a educação de tempo integral, é também um dos seus focos de trabalho.
Perfil
Sossella conta que seu avô fez parte da Comissão de Emancipação de Tapejara, além de se tornar um dos primeiros vereadores da cidade. Seus pais e tios também gostavam de política, embora não tenham chegado a participar de eleições. Um dos professores do deputado o convidou para entrar na política e ele aceitou. Foi eleito vereador com 21 anos, em 1982.
Em 1997 foi eleito prefeito de Tapejara, onde chefiou o Poder Executivo por dois mandatos consecutivos – até 2004. Em 2003 assumiu a presidência da Famurs e em 2006 foi eleito deputado estadual pela primeira vez.
Formado em Direito, é casado com Melânia e pai de Vinicius e Eduardo.
Votação
Sua maior votação foi em Tapejara, sua cidade natal, com 5.904 votos. Também se destacam Marau (1.844), Triunfo (1.824), Sananduva (1.554), Erechim (1.444) e Getúlio Vargas (1.380), além de Porto Alegre (1.077). Recebeu votos em 423 municípios.