Antes de participarem da solenidade de diplomação pelo TRE-RS, na noite dessa sexta-feira (17), os candidatos eleitos para a próxima legislatura atenderam a imprensa no saguão do Salão de Atos da UFRGS. Os parlamentares falaram sobre as expectativas para seus mandatos, que iniciam em 1º de fevereiro.
Os deputados que farão parte da base do governador Tarso Genro comemoraram o fato de o Rio Grande do Sul ter agora um Executivo do mesmo partido do governo federal. “Acho que o Rio Grande do Sul vai engatar no trem do Brasil. Há quantas eleições o estado estava na contramão do país?”, indagou Raul Carrion (PCdoB). Edegar Pretto (PT) ressaltou que o governador pretende dialogar com os deputados que têm opiniões diferentes das suas. “O governador Tarso se preparou, formou uma base de maioria na Assembleia Legislativa, mas com muito respeito a quem pensa diferente de nós”.
Heitor Schuch (PSB) lembrou que, para ele, ser da situação é uma novidade, depois de dois mandatos na oposição. Defensor da agricultura familiar, pretende trabalhar pela melhoria dos orçamentos para o setor agropecuário. “Se nós olharmos os orçamentos para assistência técnica, a extensão rural, é um vexame. Já foi muito mais do que é hoje”, comparou.
Também ligado à agricultura familiar, Altemir Tortelli (PT) tem como objetivo fortalecer, além dos produtores rurais, os micro e pequenos empresários, para “construir uma grande aliança entre os que produzem alimentos e os que os consomem nas cidades”.
Oposição
Luciano Azevedo (PPS) garantiu que, apesar de o seu partido não integrar a base do governo, pretende manter uma boa relação com o Piratini e os colegas de situação. Como deputado municipalista, trabalhará na busca de recursos para os municípios. Também das discussões na Assembleia sobre os grandes problemas do estado, como o desenvolvimento e a previdência.
Para Marcio Biolchi (PMDB), a novidade no seu terceiro mandato será atuar como oposição. “Nos mandatos anteriores, fui da base do governo, fui secretário de estado. Vou agora para um contexto político diferente, mas com o mesmo senso de responsabilidade, de colaboração”, assegura. Para ele, a maior parte da sociedade hoje quer uma representação muito mais plural.
O deputado João Fischer (PP) expressou desejo de que durante o próximo governo as questões de estado fiquem em primeiro lugar, e não as questões políticas, e também que o estado possa continuar investindo, tanto no desenvolvimento da economia quanto no desenvolvimento do cidadão. Pedro Westphalen (PP) ressaltou os avanços conquistados nos últimos anos pelo governo Yeda Crusius (PSDB). “O governo do estado nos últimos quatro anos promoveu uma profunda reforma na administração. Hoje o estado arrecada mais do que gasta e tem condições de investir”, afirmou. O parlamentar, que foi secretário de estado e líder de governo na atual legislatura, acredita estar agora ainda mais preparado para assumir o novo mandato.
Deputados federais
Sete dos deputados estaduais da atual legislatura concorreram a uma vaga na Câmara dos Deputados e foram eleitos. Entre eles, o presidente da Assembleia Legislativa, Giovani Cherini (PDT), com mais de 111 mil votos. Ele lembrou que sempre foi campeão de leis aprovadas no parlamento estadual e adiantou que está preparando 50 projetos de lei para apresentar na Câmara. “Quero apresentar uma lei nova do cooperativismo em nível nacional, por que a lei atual é de 71 ainda. E também uma lei na área da saúde integrativa, para regulamentar a profissão de terapeuta holístico”, afirmou.
Jerônimo Goergen (PP) classificou sua eleição para o legislativo federal como um desafio importante. “Em dois mandatos na Assembleia aprendi sobre o processo legislativo estadual. Agora vou desempenhar uma tarefa nova, mas tenho certeza de que tenho condições de desenvolver um trabalho que honre os meus eleitores”, garantiu. Ele continuará trabalhando pela sua principal bandeira, que é o setor produtivo, com destaque para o agronegócio.
Já os deputados federais eleitos pelo PT, Dionilso Marcon e Elvino Bohn Gass, vão sustentar o governo Dilma. Marcon afirma que seu compromisso em Brasília é também “defender os trabalhadores do campo e da cidade, os pequenos, os pobres, os negros, a reforma agrária, os portadores de deficiência”. Bohn Gass dará continuidade ao seu trabalho em defesa da agricultura familiar, do desenvolvimento sustentável e dos valores éticos.
Os outros deputados estaduais que atuarão na Câmara a partir do ano que vem são: Alceu Moreira (PMDB), Nelson Marchezan Jr. (PSDB) e Ronaldo Zulke (PT).